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ECONOMIA

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victoria roman

Lojas registram aumento de até 15% na venda de artigos relacionados à prosperidade financeira

Um dos sintomas da crise pela qual o país sofre desde meados de 2015 é o desemprego. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o último trimestre, que se encerrou em agosto, teve uma taxa de desemprego de 12,6%. Apesar da queda da taxa em relação ao primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 9,1%. Traduzindo as informações, o país teve em agosto 1,1 milhão de desempregados a mais do que o mesmo período de 2016.

Em momentos de crise, é comum procurar ajuda em todos os lugares e em todas as fés. Mas será que buscar por ajuda em religiões, crenças e ideologias impacta de alguma forma na economia? Podemos encontrar facilmente nos grandes centros de cidades e até em feiras místicas, eventos especializados no ramo, profissionais que nos explicam esse fenômeno.

fotos: victoria roman

Para a professora titular do Departamento de Economia da PUC - SP, Maria Cristina Amorim, existem, de fato, produtos e serviços cuja demanda aumenta quando a renda disponível diminui, ela conta que esses são chamados “bens inferiores”. Na esfera da economia, esses fenômenos se expressam, por exemplo, no aumento do consumo de linhas alimentares de segunda linha para substituir as marcas premium. “É possível que bens e serviços do segmento de auto-ajuda e religião tenham mais demanda quando há mais desemprego”, porém, para ela, o segmento esotérico tem produtos diversificados para vender também em “tempos de vacas gordas”.

O misticismo é a principal fonte de renda de Eduardo Vieira, de 42 anos, dono de duas lojas de artigos religiosos e esotéricos. Para Vieira, a crise fez a procura por artigos do gênero aumentar, “um novo público que passou a buscar por mais sorte e energia melhor”. Hoje, 30% das vendas do comerciante são relacionadas à prosperidade financeira, e com a crise no país, a venda desses artigos aumentou 15%.

Renata Pardini, de 31 anos, é dona da loja O Mito de Gaia. Renata é formada em artes plásticas, mas sua principal fonte de renda é a venda de tiaras e acessórios medievais. A artista plástica e artesã explica que com a crise, a procura por itens relacionados à energia aumentou. “Mesmo que seja apenas em um colar, eu tenho coisas para trazer sorte e dinheiro. Tudo relacionado à prosperidade financeira aumentou”, conta.

 

Na opinião da artesã, “as pessoas não vão deixar de procurar por esses símbolos de proteção e prosperidade financeira, principalmente na crise, porque elas precisam se agarrar em alguma coisa para poder disso”. Renata ainda afirma que possui relatos de clientes que compraram suas tiaras com uma pedra específica e até hoje contam com ela pelo fato do amuleto ter ajudado em ocasiões antigas. 

“Os artigos místicos são uma coisa que não saem de moda, eles mexem com a crença e a fé das pessoas, então as pessoas sempre vão procurar, vão querer encontrar alguma coisa ali para se ancorar”

Segundo Vieira, são poucas lojas que conseguem se manter nesse ramo, e mesmo com poucos comércios, a concorrência ainda é algo difícil, “esse meio não agrada a todos, não é como alimentos ou vestuário, não é para o público em geral". Artigos esotéricos podem ser encontrados facilmente na Feira Mística da Avenida Paulista, que é realizada todo semestre. A 4º Edição do Mercado Místico de 2017 acontece nos dias 9 e 10 de dezembro, em São Paulo. O evento ocorrerá no Club Homs, na Avenida Paulista, nº 735 e vai reunir mais de 100 expositores com oráculos, Tarot, Cartomancía, Runas, Baralho Ciganos, artigos místicos, esotéricos, celtas, perfumes, e artesanato dos mais variados tipos, como mandalas, bijuterias, pedras brasileiras, roupas entre outros.

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